quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Bancos cobram que 30% dos funcionários trabalhem durante greve

Os bancos oficiais estão tentando notificar administrativamente o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários do Rio Grande do Norte para garantir o funcionamento das agências bancárias, em Natal e no interior, com 30% dos funcionários que é o mínimo garantido pela lei de greve. A informação foi confirmada na manhã desta quarta-feira (9), em reunião dos representantes dos bancos com diretor do Procon Natal, Kléber Fernandes. 

De acordo com os participantes da reunião, o Banco do Brasil já tentou uma vez encaminhar notificação, mas o Sindicato dos Bancários não teria atendido à solicitação da instituição. O BB afirma que, atualmente, 12,9% dos funcionários estão trabalhando durante a greve que entrou para o 23º dia.

O BB apresentou a minuta da notificação a Kléber Fernandes, alegando que, por conta do Sindicato dos Bancários estar ferindo a lei de greve, não está conseguindo atender a demanda da clientela nos caixas eletrônicos, que hoje são a principal via de acesso da população aos serviços bancários. 

Em último caso o banco disse ao Procon que a Divisão Jurídica do BB, em Brasília, deverá acionar juridicamente o Sindicato dos Bancários para garantir a prestação do serviço por no mínimo 51 empregados, como prevê a lei de greve.
 
 Para atender à demanda do Procon, o BB disse que uma alternativa tomada foi a terceirização da logística de suprimento de dinheiro dos caixas eletrônicos, que era uma atribuição dos próprios empregados do BB. Antes da greve, 12 caixas eram abastecidos por terceirizados e, a partir de agora, está sendo ampliada para 30 caixas eletrônicos em agências de Natal.

A representação da Caixa Econômica também alegou que, em virtude da sobrecarga de trabalho, as gerências de suas agências também não conseguem vazar a demanda. Por isso, a Caixa ainda sugeriu que o Procon solicite ao Ministério Público do Trabalho (MPT) que possa intermediar negociação com o Sindicato dos Bancários a fim de garantir o mínimo exigido de funcionários para atendimento da clientela bancária com o provisionamento de dinheiro, envelopes e bobinas para impressão de saques, extratos e saldos bancários nos caixas eletrônicos. Segundo o banco, somente 8% do atendimento é feito diretamente e pessoalmente dentro das agências bancárias.

Outra informação prestada pelos bancos oficiais, principalmente o BB, é de que no começo da greve tentou-se fazer o ordenamento das filas, sobretudo para atender a clientela preferencial, como idosos, portadores de deficiências e gestantes, mas, com a hostilização da população, os funcionários que ainda estão trabalhado recusaram-se a continuar o atendimento em função da falta de segurança.

O diretor geral do Procon Municipal já se prontificou a procurar uma audiência com o procurador do Trabalho, Fábio Romero Aragão, a fim de expor a situação alegada pelos bancos oficiais, no sentido inclusive, de negociar com o Sindicato dos Bancários a volta ao trabalho de pelo menos 30% dos empregados.

Segundo Fernandes, o Procon continuará cobrando dos bancos o mínimo de atendimento aos clientes, mas marcou para nova reunião para amanhã, às 9h, com os bancos para tentar resolver de vez a garantia dos serviços bancários à população. 

Já a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) marcou uma reunião para as 10h de amanhã, em  Brasília, com o comando nacional da greve dos bancários.

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