Sempre polêmico, o vereador Fernando Lucena, do PT, tem verdadeira
aversão a “oligarquias políticas” e o simples fato do Partido dos
Trabalhadores caminhar para uma aliança com o PMDB de “caciques”
políticos, como Henrique Eduardo Alves, presidente da Câmara dos
Deputados, e Garibaldi Alves Filho, ministro da Previdência Social,
causa receito no parlamentar municipal. “Uma candidatura da deputada
federal Fátima Bezerra para o Senado aliada a grupos tradicionais e
oligárquicos poderá levar o PT ao desastre”, analisou Lucena.
Segundo o vereador, esses grupos estão na política do Rio Grande do
Norte há muito tempo e não resolveram os problemas do Estado em setores
essenciais como saúde, educação e segurança pública. Por isso, para o
PT, seria melhor optar por uma candidatura própria para governador,
lançando Fátima Bezerra para senadora. “O PT sairá fortalecido”,
ressaltou.
Não é por acaso que Lucena é contrário a aliança do PT com o PMDB.
Apesar dos dois partidos serem aliados em nível nacional, no plano local
eles ficaram durante muito tempo de lados opostos, com os peemedebistas
apoiando o Governo do Estado, do DEM, e os petistas sendo oposição.
Dessa forma, inclusive, Henrique Alves e Garibaldi Filho foram,
rotineiramente, alvos de críticas veladas de Fernando Lucena no plenário
da Câmara. Na semana passada, por exemplo, ele chamou o ministro da
Previdência Social de “pamonha”. Antes, já havia dito: “Henrique tem que
ajudar o RN para não fazer igual ao primo, Garibaldi Filho, que quando
foi presidente do Senado Federal não conseguiu nem uma quenga de coco
para o Rio Grande do Norte”.
O PMDB, porém, não é o único ponto de insatisfação de Lucena. A
possibilidade de uma aliança com o partido colocar no mesmo bloco,
também, DEM e PT, é algo jamais pensado. Primeiro porque é uma
determinação nacional dos petistas não conversar com os democratas. O
distanciamento é tão grande que no início do ano, quando a governadora
Rosalba Ciarlini (DEM) cogitou apoiar a candidatura à reeleição da
presidente da República, Dilma Rousseff, do PT, Lucena criticou e negou o
apoio.
“Ninguém quer o apoio de Rosalba, quanto mais o PT. Não existe essa
possibilidade. É mais uma medida para tirar voto da presidente do que
algo bem intencionado. Parece até aquele anúncio de Micarla de Sousa
(ex-prefeita), que na ‘hora H’ anunciou o apoio a Carlos Eduardo Alves
(atual prefeito) para tirar voto dele (na eleição para Prefeitura de
Natal em 2012)”, avaliou Lucena, ressaltando que “era um presente de
grego, um abraço de jacaré”, e se Rosalba quiser mesmo votar em Dilma,
“vai lá e vote, mas não precisa dizer a ninguém”.
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