terça-feira, 12 de novembro de 2013

"Sofrimento" Aposentado que teve a perna presa na porta de ônibus ainda aguarda cirurgia

A última sexta-feira (8) não foi das melhores para o funcionário público aposentado Paulo Rodrigues da Costa, de 72 anos. Como fazia costumeiramente, ele tentou pegar o ônibus da linha 51, que faz o trajeto Pirangi-Rocas, no terminal do transporte coletivo localizado no bairro das Rocas. Ao tentar subir no ônibus pela porta que fica localizada no meio do ônibus, o motorista deu partida e fechou a porta, prendendo a mão de Paulo Rodrigues, que foi arrastado por poucos metros. Com a queda, o funcionário público aposentado teve uma fratura exposta na perna esquerda, uma fratura no tornozelo direito e um trauma no fêmur. Hoje, ele se encontra internado no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel à espera de uma cirurgia eletiva, que é realizada no Hospital Memorial ou Hospital Médico Cirúrgico.

O filho de Paulo Rodrigues, o fotógrafo Daniel Santos, conta que o acidente aconteceu por volta das 12h30, mas que a ambulância do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) só chegou para prestar os primeiros socorros por volta das 14h30. Isso porque, segundo Daniel, nenhum dos motoristas que estava no terminal de ônibus se solidarizou com o acidente sofrido por seu pai. Ele conta que ontem procurou a Delegacia para prestar o boletim de ocorrência, mas foi surpreendido com a informação de que o motorista já havia prestado um boletim de ocorrência na sexta-feira (8), alegando que o aposentado Paulo Rodrigues havia se jogado contra o ônibus em movimento.

Daniel Santos reclamou da falta de assistência da empresa em relação ao acontecido com o seu pai. Ele conta que no sábado, uma pessoa da empresa procurou a família no hospital para saber da situação do aposentado, mas que desde então o abandonou. “Essa pessoa nos deixou um telefone, mas ele não atende mais. Ligamos e eles dizem que não podem fazer nada e enquanto isso meu pai fica aqui sofrendo com dor e sem perspectiva de quando realizará essa cirurgia. Além da empresa não ter prestado o atendimento básico no dia do acidente, ele foi constrangido e humilhado”, afirmou.

Agora, o filho de Paulo Rodrigues conta que acionaram a Justiça para que a empresa transfira o pai para um hospital particular, de modo que a cirurgia ortopédica possa ser realizada o quanto antes. Além disso, eles querem que a empresa também arque com os medicamentos e custos do tratamento pós-cirúrgico. “A recuperação de uma pessoa idosa é mais lenta e quanto mais tempo passar pior será a recuperação”, disse Daniel. Paulo disse que está sentindo muita dor e que não consegue mexer os membros inferiores. “Eu saltei do ônibus para que ele não me arrastasse até a morte. Agora estou aqui sentindo muitas dores e só espero sair dessa situação o quanto antes. Sei que Deus me deu mais um livramento”, afirmou o aposentado.

Paralisação

Desde a última sexta-feira (8), os trabalhadores da empresa Safe que prestam serviços no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel nos setores de higienização, macas e nutrição, paralisaram as atividades, em função do atraso no salário. Desde então, a alimentação está sendo servida apenas para os pacientes internados. A Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) informou que já foi autorizada a transferência do pagamento para a empresa, mas os servidores só devem retornar as atividades após receber o salário referente ao mês de outubro. Na manhã de hoje (11), os trabalhadores estavam em frente ao Hospital, em forma de protesto.

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