quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Gabinete do PSOL institui ‘mensalinho’ na Câmara Municipal de Natal


Servidores do gabinete do vereador Marcos do PSOL, na Câmara Municipal de Natal, são obrigados a doar parte dos salários ao parlamentar. 

O esquema, chamado de “mensalinho” pelas próprias vítimas, foi revelado ontem com exclusividade pelo Portal No Ar em uma série de reportagens assinadas pelo jornalista Dinarte Assunção.    

Vídeos obtidos pelo portalnoar.com revelam como os funcionários do vereador eram obrigados a repassar os recursos, em prática que vem sendo feito há mais de um ano.   

De acordo com a reportagem, o dinheiro, alegava o parlamentar aos empregados, era destinado ao caixa de campanha. Além disso, também servia para pagar outros servidores contratados informalmente. 

Ou seja: quem estava oficialmente na folha de pagamento da Câmara Municipal ainda era obrigado a dividir seu salário com funcionários informais.   

A prática ficou tão banalizada que avisos passaram a ser afixados nos quadros para os servidores. Neles, era informado quando o coordenador financeiro de Marcos do PSOL, Reginaldo Alves, passaria para pegar o chamado “mensalinho”.   

Segundo o Portal No Ar, além de alguns servidores receberem abaixo do salário mínimo, o gabinete tirava do “mensalinho” o montante destinado ao pagamento do auxílio-transporte. 

Ou seja: o próprio trabalhador custeava seus custos com locomoção, ao contrário do que deveria garantir o benefício.    Em um dos vídeos divulgados ontem pelo Portal No Ar, Reginal Alves aborda uma servidora do gabinete de Marcos do PSOL pedindo um extrato de sua conta bancária. Ele alega que “tem que pedir” aquilo para conseguir definir “quanto é da pessoa e quanto é do gabinete”.    

E deixa claro que o próprio Marcos exige a apresentação do extrato bancário como prestação de contas dos pagamentos feitos em seu gabinete. “Preciso do extrato porque Marcos quer ver o extrato de cada um pra ver o valor”, diz Reginaldo.    

O vereador rebateu as acusações afirmando que não autorizou ninguém a agir em seu nome para arrecadar dinheiro. Marcos do PSOL também sinalizou a possibilidade de acionar a Justiça e pedir que o Ministério Público que investigue o caso.    

“Primeiro, quero dizer que nunca peguei ou vi um cartão de qualquer assessor meu. Gabinete meu é gerido por gente do partido. É o partido que gere. As duas pessoas que foram dispensadas queriam fazer uma coisa que eu denunciei: os cargos comissionados da casa. 

Elas foram demitidas pelo gabinete. Segundo: ela afirma que deixava 40%. Vamos apurar isso também. Eu pago 20% do meu salário, descontado do contracheque, e todos os militantes do PSOL pagam. Não se trata aqui de mensalinho. Eu acredito que há interesse por trás disso. Será que é porque eu estou denunciado a máfia da Câmara, e agora estão dando o troco?”, indagou o vereador em entrevista ao No Ar.  

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