quarta-feira, 11 de setembro de 2013

“Aliar-se com o DEM, após rompimento com Rosalba, seria incoerência do PMDB”

O ministro da Previdência, Garibaldi Filho (PMDB), disse hoje que, aliar-se com o DEM, após o rompimento do PMDB com a governadora Rosalba Ciarlini (DEM), seria uma “incoerência total”. O ex-governador destacou que o diálogo político com o presidente nacional e estadual do DEM, senador José Agripino Maia, continua bom. Entretanto, não há porque cogitar de coligação entre PMDB e DEM para as eleições de 2014. “Eu acho que as coisas devem ser ditas com muita clareza. O nosso relacionamento com o senador José Agripino, o nosso diálogo político com ele, é muito bom. Eu diria muito saudável. Agora, o DEM, permanecendo no seu apoio ao governo, o governo Rosalba, não há porque se cogitar de uma coligação com o PMDB. Seria de uma incoerência total”, disse o ministro.

Pelas palavras do ministro, o PMDB poderá até se aliar com o DEM, desde que este também rompa com o governo Rosalba Ciarlini. O que não é visto como improvável. A relação entre Agripino e Rosalba vem se desgastando ao longo dos últimos meses. Começou com a negativa de Rosalba de participar do programa nacional do DEM para evitar fazer críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Em seguida, a própria Rosalba admitiu votar em Dilma, se a presidente “fosse o melhor” para o Brasil numa eventual disputa pela reeleição. Agripino também tem conversado com deputados do DEM, que, por sua vez, demonstram preocupação com o futuro do partido no Estado. Atualmente, a legenda tem dois deputados federais, Betinho Rosado e Felipe Maia, e três deputados estaduais, Leonardo Nogueira, José Adécio e Getúlio Rego. A possibilidade de ficar sem um parceiro do porte do PMDB na eleição proporcional do ano que vem preocupa o senador, pela dificuldade que o DEM terá para reeleger seus deputados. O temor maior do senador é que o DEM perca espaços no RN, o que seria frustrante para ele, que preside a legenda em nível nacional.

O ministro afirmou ainda que, desta vez, não haverá divisão dentro do PMDB. Na eleição passada para o governo, Garibaldi apoiou a eleição de Rosalba Ciarlini (DEM). Já outra importante ala da legenda, liderada pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, hoje presidente da Câmara dos Deputados, apoiou Iberê Ferreira de Souza (PSB). “Não acredito. O partido não está dividido. Uma coisa é divisão. Outra coisa é dissidência. Pode até haver uma pequena dissidência, mas até agora não conheço”, declarou. Quanto a ficar separado de Henrique, Garibaldi foi mais enfático: “Nenhuma possibilidade, zero de possibilidade de haver. Nós vamos marchar unidos”, frisou.

RATIFICAÇÃO
Garibaldi confirma para a próxima segunda-feira a reunião com prefeitos, vice-prefeitos, vereadores de demais lideranças do PMDB. De acordo com o ministro, a expectativa para esta reunião será quanto à ratificação do rompimento do partido com o governo Rosalba, conforme anunciado no último dia 30 de julho pela executiva estadual peemedebista. “Ouvindo-se agora um colegiado maior do partido, em termos numéricos, nós teremos, creio eu, a ratificação do que foi decidido pela comissão executiva com relação ao rompimento com o governo do Estado. Afinal, são eles, os prefeitos, os vice-prefeitos, e os vereadores, que estão em permanente contato com a população”, declarou o ministro.

Ressaltando o novo momento político do País, em que as manifestações das ruas ganham cada vez mais relevo, Garibaldi disse não ter dúvidas de que haverá uma decisão unificada do PMDB. “É verdade que hoje nós temos, além da manifestação desses colegiados, a própria manifestação das ruas com relação às reivindicações da sociedade. Eu não tenho dúvidas de que teremos uma decisão ratificada, que vai demonstrar que o nosso partido está unido e coeso na decisão de deixar claro a sua frustração com relação ao governo estadual. Porque nada foi feito do que foi prometido até agora, sobretudo, com relação às Prefeituras do PMDB, em número de 54 prefeitos”, lembrou.

“Fafá não pode ter outra atitude a não ser concordar com o rompimento com Rosalba”
O ministro da Previdência, ex-governador Garibaldi Filho, disse que a ex-prefeita de Mossoró Fafá Rosado chega ao PMDB numa hora de rompimento do partido com o governo Rosalba Ciarlini (DEM) e que terá que concordar com essa nova postura do PMDB. Ele disse não ser possível que Fafá faça o que disse o deputado estadual Leonardo Nogueira (DEM), isto é, que Fafá vai ser filiar ao DEM, mas permanecerá aliada de Rosalba.

“Isso não é possível, porque como é que ela vem para o partido, para ter uma atitude de dissidência? Se ela está chegando agora, eu acho que está chegando agora numa hora de rompimento e não pode ter outra atitude que não concordar com esse rompimento com Rosalba, creio eu. E pedirei isso a ela””, disse o ministro.

Segundo Garibaldi, o PMDB precisa manter a coerência e ter um discurso unificado. “Estou com o que disse o deputado Walter. Nós temos que ter um discurso unificado, coerente, e vamos pedir isso a nossa ex-prefeita Fafá Rosado, e ela vai dar uma grande contribuição de que isso é fundamental para o partido”, frisou o ministro.

Nesta terça, o líder do PMDB na Assembleia Legislativa, deputado Walter Alves, disse que o rompimento do PMDB com o governo Rosalba e com o DEM, partido presidido nacionalmente pelo senador José Agripino Maia, foi total, não comportando figurarem as duas legendas no mesmo palanque nas eleições de 2014.

“Não quero falar pelo partido, porque quem fala em nome do PMDB é o senador Garibaldi e o deputado Henrique. Mas minha opinião é de que o PMDB deverá ficar em palanque oposto ao de Rosalba. A gente quer construir um novo projeto de governo, que infelizmente o governo dela não conseguiu realizar. E estamos vendo novos projetos, inclusive através da Fundação Ulisses Guimarães”, disse Walter.

Walter também afirmou que ex-prefeito de Mossoró, Fafá Rosado, chega ao PMDB sabendo que o PMDB é um partido de oposição em nível estadual. A mesma posição foi expressa pelo deputado estadual Nélter Queiroz (PMDB). Ele afirmou que não existe qualquer possibilidade de o PMDB de Henrique Eduardo e Garibaldi Filho se aliar ao DEM de Rosalba Ciarlini e José Agripino para as eleições de 2014. “Não tem dúvida: Não há como separar uma coisa da outra. Na eleição estadual não há como. Não existe nenhuma possibilidade, zero, de o PMDB romper com o governo Rosalba e permanecer aliado ao DEM. O rompimento é com o DEM e com o governo Rosalba Ciarlini”, asseverou.

Ao abordar as declarações recentes do deputado estadual Leonardo Nogueira, que confirmou a ida da ex-prefeita de Mossoró, Fafá Rosado, para o PMDB, o deputado estadual Nélter Queiroz deixou claro que a líder mossoroense desembarcará num partido de oposição ao governo estadual e ao DEM do senador José Agripino Maia. Portanto, fará parte de uma legenda obrigatoriamente de oposição ao governo estadual.

“Eu acho essa posição de Mossoró com Fafá e o deputado Leonardo Nogueira um pouco complexa porque ele tem me dito que está fora do governo, apesar de fazer parte do DEM. E aí só ele pode dizer alguma coisa”, afirmou Nélter, que completou em seguida: “Claro que Fafá vai ter que chegar ao PMDB que é da oposição. Não há dois pesos e duas medidas. Quem estiver escorado no DEM em 2014 poderá ir para o fundo do poço. Poderá ter uma derrota muito forte”, afirmou.

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