quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Juiz adia para outubro a decisão de enviar mãe acusada de matar o próprio filho para Júri popular

A ausência de uma testemunha do Caso Josenilde fez com que o juiz da 3ª Vara Criminal de Natal adiasse para outubro a decisão de enviá-la ou não para júri popular. Acusada de ter assassinado o próprio filho de oito meses em fevereiro passado, Josenilde Lopes de Mendonça responde em liberdade desde o início de julho passado e participou na manhã desta quarta-feira (11), da segunda audiência de instrução e julgamento. Ela e seu advogado não quiseram se pronunciar sobre o caso.

Segundo o juiz da 3ª Vara Criminal, Ricardo Procópio Bandeira, a nova audiência foi remarcada somente para o próximo dia 24 de outubro, no entanto, há uma grande possibilidade de Josenilde ser encaminhada para julgamento pelo Tribunal do Júri Popular, pois há fatores determinantes para isso. Ele explicou que, apesar disso, somente com a audiência final de instrução e julgamento é que será decidido o futuro da acusada, que é ré confessa.

“A probabilidade isso acontecer é grande, uma vez que já temos a prova da materialidade do crime, através do laudo cadavérico do corpo da vítima e também indícios suficientes da autoria, já que a acusada confessou o fato. Mas, apesar disso, não posso dizer se ela irá ou não a júri popular, pois temos que aguardar o resultado dos depoimentos das testemunhas de defesa e de acusação e o da própria acusada”, explicou o magistrado.

Ricardo disse ainda que a audiência de hoje foi suspensa porque uma, das duas testemunhas que prestaria depoimento, não se apresentou à sessão, realizada no Fórum Miguel Seabra, no bairro de Lagoa Nova. Por causa disso, o depoimento de Josenilde também foi adiado para outubro. Ao total, mais de 12 pessoas já foram ouvidas.

O promotor de justiça, Oscar Hugo, afirmou que a promotoria irá aguardar a decisão do juiz Ricardo Procópio sobre a forma de julgamento de Josenilde, para poder montar a estratégia de acusação a ser apresentada durante o julgamento dela, que, conforme seu advogado de defesa, já iniciou tratamento psiquiátrico e para se livrar da dependência química. Em liberdade provisória, concedida pelo próprio juiz da 3ª Vara Criminal, ela chegou ao local por volta das 8h30 e não quis se pronunciar sobre o caso. “Não quero falar nada não”, afirmou Josenilde, que saiu da sala de instrução com o rosto coberto, para não ser filmada ou fotografada. O advogado de defesa dela também quis falar com a imprensa.

Após confessar crime, Josenilde disse estar arrependida
Presa no último dia 19 de fevereiro após ter sua prisão preventiva decretada pelo Tribunal de Justiça, Josenilde Lopes de Mendonça foi encontrada vagando pelas ruas da zona Norte de Natal. Na ocasião, ela confessou ter espancado e assassinado seu próprio filho, um bebê de apenas oito meses de vida, durante um surto psicótico provocado por bebida alcoólica e drogas e se disse arrependida do fato.

A criança foi encontrada morta no dia 9 de fevereiro, com um grande hematoma no lado direito da cabeça, enrolada em um lençol em cima da cama, em um dos quartos do apartamento em que vivia com a mãe no bairro de Nova Descoberta. O laudo cadavérico do Instituto Técnico de Polícia Científica (Itep) constatou que a causa da morte foi traumatismo crânio-encefálico.

Josenilde ficou presa até o último dia 3 de julho, quando foi beneficiada com a liberdade provisória, concedida pelo juiz Ricardo Procópio Bandeira. No entanto, ele determinou que ela cumpra medida cautelar de submissão obrigatória a tratamento químico e psiquiátrico e se apresente mensalmente à justiça.

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