segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Dilma fará “ataque” aos EUA nesta terça-feira

A presidente Dilma Rousseff vai aproveitar o discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) na terça-feira para protestar contra a espionagem da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) no Brasil. O órgão interceptou comunicações de brasileiros, da própria presidente e da Petrobras. A ação provocou mal-estar entre os dois países e levou Dilma a adiar a visita de Estado que faria aos Estados Unidos no dia 23 de outubro.

Segundo fontes do Palácio do Planalto, a presidente deve ressaltar em seu discurso que a espionagem é inadmissível, especialmente contra o Brasil, um país que não professa nem abriga o terrorismo e que é aliado dos Estados Unidos. Outro aspecto considerado grave e que deve ser destacado por Dilma é o fato de a NSA ter bisbilhotado informações da Petrobras, o que poderia trazer danos aos negócios da estatal no mercado num momento delicado, em que o governo está colocando em prática um amplo programa de concessões.

A presidente decidiu adiar a visita de Estado depois de uma conversa com o presidente americano, Barack Obama, na semana passada. O governo brasileiro avaliou que os Estados Unidos não assumiram compromisso de apurar, explicar e nem cessar a espionagem da NSA. Por meio de nota, o Planalto afirmou que “na ausência de tempestiva apuração do ocorrido, com as correspondentes explicações e o compromisso de cessar as atividades de interceptação, não estão dadas as condições para a realização da visita na data acordada”.

Dilma, no entanto, manteve a agenda de visita a Nova York, onde se realiza a Assembleia Geral da ONU. Pela tradição, o Brasil é o país que abre os debates, que começam amanhã. Na viagem a Nova York, a presidente vai aproveitar para ajudar a promover o programa de concessões brasileiro. Na quarta-feira, ela se juntará ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, num road show com investidores no Goldman Sachs Conference Center. Segundo técnicos da equipe econômica, a presidente Dilma Rousseff deve afirmar que o Brasil entrou em uma nova fase de desenvolvimento, com crescimento sustentado, e destacar que o programa de concessões, que soma R$ 470 bilhões, é uma boa oportunidade de negócios quando o resto mundo ainda caminha lentamente para se recuperar da crise.

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