segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Museu resgata a magia e o universo lúdico dos brinquedos populares

“Há um menino, há um moleque morando sempre no meu coração. Toda vez que o adulto balança, ele vem pra me dar a mão”. Começa assim a canção de Milton Nascimento e Fernando Brant, e é exatamente essa a sensação que toma conta do corpo e da mente ao adentrar o Museu do Brinquedo Popular, localizado no campus Cidade Alta do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN).

A iniciativa surgiu há quatro anos, exatamente quando o prédio – já restaurado – foi entregue à instituição. Um dos idealizadores do museu, o professor Lerson dos Santos, explica que a ideia para criação do espaço remonta a um período um pouco anterior, por volta de 2007. “Eu já coordenava, em parceria com o professor Marcus Vinícius Oliveira, o Núcleo de Estudos da Ludicidade Infantil (Neclin). Na época, o Ministério da Cultura (Minc) abriu um edital com o intuito de financiar pesquisas sobre cultura popular em todo o Brasil, então elaboramos um projeto que contemplava o registro e mapeamento dos brinquedos e brincadeiras tradicionais no RN”, explica.

“O projeto final da pesquisa era a elaboração de quatro exposições – nas cidades de Nova Cruz, Mossoró, Natal e Caicó – além da publicação de um livro (Brinquedos e brincadeiras populares: Identidade e memória; Ed. IFRN). Após o cumprimento dessa etapa, tínhamos mais de 300 brinquedos na mão e não sabíamos o que fazer com eles. Chegamos a iniciar negociações para montar o museu em algumas instituições do Estado, mas aí o IFRN, onde somos professores, recebeu o prédio em que hoje funciona o campus Cidade Alta, então o espaço nos foi disponibilizado”, conta Santos.

No museu, logo de cara é possível sentir a nostalgia dos anos de criança. A primeira sala abriga carrinhos de rolimã de todos os tamanhos. A seguir, bolinha de gude, baladeira, curral de osso, futebol de prego, carrapateira, cama-de-gato, roladeira, corrupio, uma verdadeira e invejável coleção de brinquedos populares. “Aqui cabe uma explicação”, aponta o organizador. “Existe uma diferença básica entre brinquedo popular e artesanal. Enquanto o brinquedo artesanal é construído com fins comerciais e recebe todo um acabamento estético, pintura e tudo mais, o artigo popular geralmente é feito pela própria criança ou pelo pai, ou seja, tem fins puramente lúdicos”, detalha. O foco do museu, aliás, é voltado aos brinquedos e brincadeiras populares.

A visitação ao Museu do Brinquedo Popular é gratuita e ocorre de segunda à sexta, das 7h30 às 21h. Aos sábados, o horário é das 7h30 às 16h. Caso um grupo a visita envolva um grupo com mais de 15 pessoas é necessário fazer o agendamento através do telefone 4005-0967.

Nenhum comentário:

Postar um comentário