terça-feira, 17 de setembro de 2013

Empresários lutam pelo fim da multa adicional do FGTS e aprovação da regulamentação do trabalho terceirizado

A votação do veto ao projeto de lei que previa a extinção da multa rescisória de 10% sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) paga pelos empregadores nas demissões sem justa causa e a aprovação da PL4330/2004 será motivo de grandes discussões na Câmara dos Deputados essa semana. Ambas discussões estão previstas para entrar na pauta do plenário da casa hoje e amanhã. O diretor de Relações Institucionais da Federação  Nacional das Empresas de Serviços e Limpeza Ambiental  (Febrac) e presidente do Sindicato das Empresas Prestadoras de Serviços de Locação de Mão de Obra no RN(SINDPREST/RN), Edmilson Pereira, estará presente junto a outros representantes da Febrac e de outras entidades para garantir um resultado positivo para o empresariado brasileiro.  

Multa 10% do FGTS 
 
O Projeto de Lei Complementar 200/12 que acaba com a multa adicional de 10% sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) do trabalhador demitido sem justa causa paga por todos os empregadores do país. O projeto que foi aprovado nos plenários da Câmara dos Deputados e Senado foi vetado pela presidente Dilma Roussef, no final de agosto.  O veto será analisado na sessão conjunta entre Câmara e Senado, prevista para ocorrer hoje, e poderá ser derrubado caso consiga 257 votos de deputados e 41 de senadores favoráveis.
 
A multa adicional de 10% sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) do trabalhador demitido sem justa oi criada em 2001 para recompor as perdas do FGTS com planos econômicos  Planos Verão e Collor 1, mas, desde fevereiro de 2012, tem sido aplicada em outras áreas porque o fundo já foi reequilibrado. 
 
“Não tem mais sentido que essa multa continue sendo aplicada, pois o papel que ela tinha a cumprir já foi cumprido. Não há mais necessidade em continuar com a aplicação dessa multa que onera todas as empresas brasileiras. Esse recurso poderia muito bem estar sendo investido em melhorias para o trabalhador”, explica Edmilson Pereira. 
 
Segundo estimativas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), durante os 11 anos em que a regra esteve em vigor, os empresários desembolsaram R$ 45,3 bilhões para reequilibrar as contas do FGTS. Em fevereiro do ano passado, o Conselho Curador do FGTS informou ao governo que a conta com os trabalhadores estava quitada, e o adicional de 10% poderia ser extinto. Mas o governo manteve a contribuição. 
 
A última parcela das dívidas geradas com os planos econômicos foi paga em junho de 2012. A CNI calcula que, entre julho de 2012 e abril de 2013, os empresários tiveram de arcar com R$ 2,7 bilhões. Além da multa rescisória de 10%, o empregador que demite sem justa causa paga ao empregado indenização equivalente a 40% do saldo do FGTS. 
 
Na justificativa para o veto a presidente Dilma Roussef afirmou que “a sanção do texto levaria à redução de investimentos em importantes programas sociais e em ações estratégicas de infraestrutura”, como o Minha Casa Minha Vida.  
 
Regulamentação do trabalho terceirizado 
 
Já amanhã é o projeto de lei 4330/2004, que regulamenta o trabalho terceirizado, será debatido numa comissão geral a ser realizada no plenário da Câmara  dos Deputados com o objetivo de  buscar pontos de consenso que viabilizem a votação do projeto. Já que a votação na Comissão de Constituição e Justiça, onde a proposta está tramitando, já foi adiada por duas vezes por discordância em alguns pontos da entidades patronais e laborais. 
 
De acordo com Edmilson Pereira, o projeto de lei regulamenta, de forma equilibrada, o processo de terceirização, criando regras claras para as empresas prestadoras de serviços, para as contratantes desses serviços (os clientes) e os empregados envolvidos. “Hoje não temos regulamentação nenhuma. A terceirização de empresas acontece, mas não há nenhuma lei que especifique as responsabilidades e dê segurança jurídica e financeira as partes participantes desse processo: os contratantes, contratados e funcionários”, explica.
  
A falta de regulamentação afeta principalmente as licitações públicas, que são o principal meio de contratação das empresas terceirizadas no país. “Com a aprovação da PL 4330 tanto o contratante como o contratado respondem solidariamente as regras do processo licitatório. Assim o contratante vai prestar mais atenção a empresa contratada e não vai levar em conta somente o preço do custo do serviço”, afirma Edmilson Pereira.

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