quarta-feira, 12 de março de 2014

Chuvas e obras de mobilidade complicam trânsito nas principais vias de Natal


Como se não bastasse os transtornos causados no trânsito de Natal por causa das obras de mobilidade, com a chegada do período chuvoso, motoristas, motociclistas e pedestres enfrentaram um novo cenário de caos no deslocamento pelas principais avenidas e ruas da capital.
A chuva forte que caiu no início da manhã desta quarta-feira (12), com uma duração média de 40 minutos, foi suficiente para causar as já conhecidas inundações em pontos críticos e recorrentes como a Avenida Senador Salgado Filho, na altura do Portugal Center; BR-101, no entorno da Arena das Dunas, cruzamento da Rua Mossoró com a Avenida Afonso Pena e na Avenida Hermes da Fonseca com a Rua Ângelo Varela, nas proximidades da AABB.
Na Avenida Rui Barbosa, o trânsito ficou tão complicado que carros cruzaram o canteiro central para fugir do alagamento na altura da Rua Nascimento de Castro. Quem tentava fugir da Rui Barbosa acabava caindo na Avenida Salgado Filho, que também já apresentava pontos de alagamentos, obrigando “amarelinhos” da Secretaria de Mobilidade a pedir que os motoristas desviassem justamente para a Avenida Rui Barbosa, onde o caos já estava instalado. Também foi registrada pane em alguns semáforos e agentes de trânsito se concentraram nos pontos mais críticos para fazer o controle do tráfego.

Segundo o coordenador da Defesa Civil de Natal, Jeoás Santos, além dos pontos de alagamento recorrente e os transtornos nas vias, a única ocorrência mais grave que chegou à Secretaria foi o princípio de inundação de residência e lojas na Avenida Capitão Mor Gouveia, onde se formou uma grande lagoa e na Avenida Jaguarari, já na área próxima à Rua Jerônimo Câmara. “Recebemos esta ocorrência entre 8h30 e 9h e deslocamos duas viaturas. Entramos em contato com a empresa responsável pela drenagem e com a Semopi, Semob e estamos auxiliando no escoamento da água”.
Maria Auxiliadora, proprietária de um restaurante na Avenida Jaguarari perdeu diversos equipamentos eletrodomésticos e eletroeletrônicos, usados no estabelecimento, como freezer e geladeiras. “A água subiu quase um metro e perdi tudo. E agora, quem vai pagar o meu prejuízo? Será que vai ser o pessoal da Copa, da Prefeitura, do Governo?”, questionou.
CAOS
Na Rua Doutor José Gonçalves, em Lagoa Nova, o clima era de revolta entre moradores e comerciantes. Sandro Menezes conta que o alagamento na rua existe há mais de 20 anos e nunca houve uma solução definitiva. “Há cinco anos subiu 1,20 metro de água na minha casa e perdemos tudo. Fizemos uma barreira, mas os transtornos continuam, como o mau cheiro, risco de doenças e não temos nem o direito de sairmos das nossas casas. Pago um IPTU de R$ 1,1 mil e me sinto constrangido. Hoje, talvez o meu comércio não abra. Até construir uma garagem para o meu carro não posso e ainda bem que o eu vizinho me permite estacionar no terreno dele”, diz o comerciante.
Já o motorista João Rocha lamentou o que chama de falta de planejamento dos gestores públicos. “Quase todos os dias tenho que desviar minha rota, por causa de congestionamentos e isso atrapalha muito a minha rotina. Hoje vim comprar um material e a rua está assim, intransitável”.
O empresário Antônio Duarte, que possui uma distribuidora de ar condicionado automotivo, já contabiliza diversos prejuízos. “Estas obras de mobilidade já estão atrapalhando o acesso à empresa e com estes alagamentos causados pelas chuvas, os clientes não têm condições de vir aqui. Às vezes vemos algumas obras na rua e quando vêm as chuvas é que constatamos que nada foi resolvido quanto à questão do alagamento. Me sinto desrespeitado, prejudicado e com sentimento de abandono”.
Já o motoboy Dagmar Flávio explica que a atenção tem que ser redobrada no período chuvoso. “Tem locais que sabemos que tem buracos cobertos pelas chuvas, mas para um condutor de moto menos experiente os riscos de acidentes são bem maiores. Outra preocupação é que com o aumento da quantidade de carros e motos, andamos lado a lado, qualquer desatenção pode causar um acidente e no período de chuvas tudo fica mais complicado”.
PREVISÃO
Segundo as previsões meteorológicas, chuvas rápidas e fortes como a ocorrida na manhã de hoje vão ter continuidade no litoral e no Alto Oeste até a próxima sexta-feira (14), com possibilidade de perdurarem até o domingo. “Estas chuvas rápidas e fortes são normais para o mês de março. O que não seria normal é que elas continuassem por um período maior. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia, esta chuva pela manhã registrou, em menos de uma hora, 14 milímetros. Para um volume em menos de uma hora é considerada uma chuva forte, mas se chovesse 24 horas, seria pouco. Mas esta chuva é normal, dentro da quadra chuvosa”, disse Alexandre Santos, meteorologista da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh). Ainda de acordo com o especialista, as chuvas previstas para os próximos dias serão mais intensas durante o período da manhã e no final da tarde.

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