sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Petroleira de Eike Batista cogita pedir recuperação judicial

Rio (AE) - Em meio a uma crise financeira e de credibilidade, reclamações de acionistas minoritários e ameaças de processos, a petroleira OGX, que já foi estrela do Grupo EBX, está conduzindo “dentro do planejamento” o processo de reestruturação de sua dívida de US$ 3,6 bilhões em títulos emitidos no exterior, nas palavras de seu diretor-presidente, Luiz Eduardo Carneiro.

O processo poderá incluir tanto uma recuperação judicial quanto um pedido de aporte de mais recursos por parte dos detentores de títulos. “A coisa está indo muito bem, dentro do nosso planejamento”, afirmou Carneiro.

“A recuperação judicial é uma possibilidade. Não estou dizendo que vamos entrar. Mas aquilo que for possível e impossível fazer para que a gente chegue lá e consiga fazer a reestruturação financeira, nós vamos fazer”.

A principal proposta da reestruturação da dívida é transformar em capital acionário o passivo de US$ 3,6 bilhões. Segundo fonte ouvida pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, os detentores de títulos estariam convencidos dessa necessidade. Com os títulos negociados a 18% de seu valor, a única solução seria convertê-los em ações.

Negociação

Segundo Carneiro, essa operação poderá incluir pedido de injeção de recursos pelos detentores de títulos, mas ele ainda não foi feito. O executivo não informou prazos. Disse apenas que “a negociação é crítica” e que, esta semana, termina uma etapa. “Quem está conduzindo o processo da reestruturação financeira é a OGX”, disse Carneiro, sustentando que a consultoria Angra Partners assessora Eike Batista.

Na visão de Carneiro, a postura de fazer de tudo para reestruturar a empresa inclui até mesmo opor-se ao controlador. O executivo garantiu que a diretoria da OGX tomou a decisão de exigir a injeção de US$ 1 bilhão (“put”, no jargão do mercado) por parte de Eike na empresa sem avisá-lo antes. A exigência da diretoria da OGX foi anunciada na última sexta. Na segunda, a OGX informou que Eike enviou carta para a companhia contestando a exigência. “Há uma confusão no mercado, dizendo que fizemos isso articulados com Eike. Não é assim. A decisão foi da diretoria e eu exerci a ‘put’, sem sequer avisar ao Eike”, disse Carneiro.

Na assembleia, os minoritários da OGX não conseguiram lançar candidato ao Conselho de Administração nem instalar um Conselho Fiscal na petroleira - hoje, o órgão não existe na empresa. 

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