sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Petroleiros denunciam mais dois vazamentos na Refinaria Clara Camarão



Os petroleiros denunciaram nesta quinta-feira (12), mais dois novos vazamentos ocorridos na Refinaria Potiguar Clara Camarão, localizada no município de Guamaré, região Costa Branca do Rio Grande do Norte. Segundo um comunicado divulgado pelo Sindicato dos Petroleiros do RN (Sindipetro/RN), o primeiro acidente ocorreu no último sábado (7), onde uma vazão foi registrada no Filtro de Gás da Unidade de Tratamento de Gás de alta (FT - 25002).

Durante este episódio, conforme a nota, um brigadista passou mal ao inalar o fluido depois de tentar fechar uma válvula. A categoria informou que a vítima foi levada à enfermaria vomitando e precisou ser medicada. Ele voltou a trabalhar no mesmo dia.

Na segunda-feira (9), dois dias após o acidente de sábado, uma outra vazão foi registrada, desta vez sem vítimas. O fato aconteceu na Planta de QAV, Resíduo Atmosférico (RAT). Os petroleiros informaram que a unidade voltou a operar com vários equipamentos desgastados pelo último incêndio, além de sujeira e fuligem nas linhas, e vários outros problemas na matriz.

Nesta ocorrência, apesar do alarme ter sido acionado, os profissionais contaram que foi necessária a evacuação imediata da área diante da possibilidade de agravamento da situação.

Incidentes constantes

Os incidentes estão sendo constantes no Polo Guamaré. No último dia 28 de agosto, um outro vazamento seguido de incêndio foi confirmado após dois dias pela Petrobras. Em nota, a estatal disse que a unidade de destilação atmosférica da Refinaria sofreu, às 15h15, uma perda de contenção seguida de incêndio. No mesmo dia do vazamento, o Sindicato noticiou o fato após denúncia dos trabalhadores.

 A assessoria de imprensa do sindicato disse que o clima entre os trabalhadores na unidade é de muita tensão, pois no local há instalações de alto risco e os incidentes estão sendo rotineiros. Além disso, um incêndio no local não se limitaria apenas ao maquinário e aos profissionais, mas também, poderia atingir o próprio município de Guamaré.

 Em meio aos constantes casos, o Sindipetro encaminhou esta semana um dossiê à Procuradoria Regional do Trabalho da 21ª Região, em Natal. O documento traz um histórico dos diversos casos de incidentes e acidentes e solicita a intervenção do órgão, junto à Petrobras, para que sejam investigadas as condições de segurança na Unidade. A entidade também pretende encaminhar denúncia  à Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Para a categoria, a proposta é de que tenha e seja zelada uma política de manutenção efetiva no local. Os trabalhadores têm vinculado os incidentes à política  de redução de custos da Petrobras, com concentração dos investimentos na área do Pré-sal. O sindicato disse que desde o incêndio sucedido no final de agosto, entra em contato com a Gerência da Petrobras para a resolução das ocorrências e não obtém sucesso.

A TRIBUNA DO NORTE entrou em contato com a assessoria de imprensa da Petrobras que solicitou mais tempo para responder as questões divulgadas pelo Sindipetro. Dentro dos próximos dias, a estatal pretende se pronunciar oficialmente sobre os fatos relatados pelos petroleiros de Guamaré.

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