terça-feira, 24 de setembro de 2013

Greve dos bancários gera transtornos à população

Já se vão seis dias desde que a grave nacional dos bancários foi deflagrada. Os transtornos para a população começam a se acumular e já atingem um nível que beira o insustentável. Enquanto isso, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) sequer apresentou proposta aos grevistas, que ainda aguardam uma contraproposta – ou ao menos um posicionamento – por parte do órgão patronal. Até o momento não há qualquer estimativa para o término da paralisação.

A pauta de reivindicações da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), adotada pelos sindicatos dos bancários em todo o País, exige reajuste salarial imediato de 22%, mais o parcelamento da reposição integral das perdas, entre outras solicitações. A Fenaban ofereceu inicialmente 6,1% de aumento, proposta prontamente negada pelas entidades classistas, sob alegação de que esse valor é inferior até mesmo à inflação do período.

A população, maior vítima dessa falta de acordo entre as partes, sofre com inúmeros aborrecimentos para conseguir honrar os compromissos em dia. Apesar de existirem canais alternativos, como correspondentes bancários, internet banking ou casas lotéricas, muitas vezes o acesso a esses meios é mal divulgado e o usuário nem ao menos fica sabendo como proceder.

Segundo o aposentado Antônio de Pádua, a greve é legítima e necessária, até para que o serviço dos bancos melhore, mas o sindicato deveria zelar mais pela população, para que o movimento não cause o efeito contrário e seja rejeitado pelas pessoas. “Sou completamente favorável à paralisação, mas nós clientes não podemos ser penalizados com tantas restrições. O rapaz do sindicato acabou de explicar que a única agência do Banco do Brasil em toda a capital que está fazendo depósitos é a do Natal Shopping, e, mesmo assim, apenas das 10h às 13h. Ele disse que essa prática de suspender os depósitos partiu da direção do banco – não do sindicato – e sugeriu que eu procurasse o correspondente bancário para realizar as operações, mas não sabia informar onde e como eu poderia encontrar um. Assim fica complicado”, desabafa.

A presidente do Sindicato dos Bancários no Rio Grande do Norte, Marta Turra, explica que a movimentação está sendo feita totalmente de acordo com a lei de greve para o setor financeiro, que prevê a manutenção de pelo menos 30% dos serviços bancários no período de paralisação. “Na realidade estamos com mais de 40% de funcionamento; os serviços de compensação, pagamentos e saque estão funcionando à plenitude. O que temos observado são casos específicos, como o da agência do Banco do Brasil na Ayrton Senna, que está agindo de maneira arbitrária, sem seguir as indicações do sindicato. Recebemos informações de que eles estão com o quadro de funcionários completo dentro da agência, mas sem receber o público. Para mim, greve só tem duas opções, participa ou não. Ficar fazendo isso é querer se aproveitar do movimento para ‘mostrar serviço’ ao patrão, mesmo sem atender à população. O sindicato é totalmente contrário a esse tipo de prática”, critica a sindicalista.

Procurada pela reportagem d´O Jornal de Hoje, a gerência da agência do Banco do Brasil na avenida Ayrton Senna se limitou a negar as afirmações do sindicato e informar que nos reportássemos à superintendência da instituição. (CL)

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