terça-feira, 24 de setembro de 2013

Projeto Adote o Verde é retomado e busca aumentar número de adoções

Natal já foi conhecida como uma das capitais mais verdes do Brasil. Entretanto, com o tempo esse ‘título’ foi ficando para trás. Criado em 2009, o projeto Adote o Verde, com base no decreto nº 8.699 de 14 de abril daquele ano, propõe o incentivo à adoção de áreas verdes – como canteiros e praças – que não fossem de Preservação Ambiental (APA), por pessoas físicas ou jurídicas. O projeto passou um tempo esquecido, mas agora, a intenção da Prefeitura do Natal é que ele retorne com força total.

Desde o primeiro ano, mais de 100 processos de adoções foram finalizados. O adotante deve prioritariamente fazer a manutenção do local, colocando em prática o projeto de paisagismo proposto e, para cooperar, a Prefeitura do Natal promove a limpeza aérea e terrestre. A aérea se restringe à poda da árvore, trabalho que deve ser feito exclusivamente pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur), enquanto a terrestre diz respeito ao lixo.

A procura pelo serviço teve uma diminuição desde a sua criação, em 2009. Naquele ano, 52 adoções foram feitas, caindo para 23 no ano seguinte, sete em 2011, e nenhuma em 2012. Porém, antes mesmo do fim de 2013 a quantidade de procura já foi maior do que todos os anos anteriores. Das 85 solicitações feitas, 65 processos já foram concluídos. Mesmo que o projeto não preveja a isenção de impostos, a procura se manteve acelerada.

Muito do aumento na procura se deve ao fato de que, neste ano, representantes do projeto visitaram algumas entidades para apresentar do que se tratava o projeto. “Saímos catando adotante”, disse a coordenadora do Adote o Verde, Niene Alvares.

Dentro da proposta de adoção deve conter o projeto com informações incluindo o tipo de árvore que será plantada no local. Caso o adotante prefira, será disponibilizado um projeto feito pela própria prefeitura. Um profissional vai até o local do ponto solicitado e promove uma averiguação das necessidades e do estado do equipamento público.

Já com o canteiro sendo cuidado, o adotante tem o direito da instalação de uma placa destacando quem é o responsável por aquele ponto, inclusive uma empresa, se for o caso. Esta placa deve ter o tamanho de 90cm x 50cm. Para Niene Alvares, o principal ponto de interesse é a promoção da educação e preservação ambiental. “O objetivo principal do projeto é a manutenção do verde”, completou.

O canteiro da avenida Rodrigues Alves com a rua Maxaranguape, no Tirol, já tem um adotante. Lúcia Aragão cuida do espaço há quase dois anos e boa parte deste período fez de forma ‘extraoficial’. Seu canteiro já tinha sido adotado por outra pessoa, entretanto, este adotante desistiu de manter o trabalho no local, deixando as plantas morrerem. Neste mesmo período, a senhora passava por um processo de quimioterapia, o que estava afetando a sua autoestima. Foi quando ela recebeu o conselho do médico para fazer algo que lhe desse prazer. Assim, teve início a relação com o canteiro. Movida pelo sentimento de cuidado, ela passou a tomar conta do ponto. “A coisa que eu mais amo na terra – tirando Deus – são as plantas”, disse.

Lúcia revela que o projeto foi desenvolvido por ela mesma, incluindo os caminhos para as travessias de pedestres. Todo esse sentimento reverberou em sua vida na forma de melhorias. “O cuidado que eu tive com as flores, recebi em dobro delas”, revelou.

A adotante apenas lamenta a falta de apoio da Prefeitura em algumas dificuldades encontradas. Lúcia diz que no canteiro cuidado por ela tem vendedor de sanduíches que coloca cadeiras e suja o local. Ela diz que já procurou a Semsur para falar sobre o caso, mas nada foi feito. “Todos os dias quem rega sou eu. E não delego essa ação a ninguém. Eu mesmo faço e tenho o maior fazer em fazer”, afirmou.

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