A ação que também contou com a
participação de adolescentes e jovens do grupo paramilitar Êxodo de
Parnamirim e da empresa parceira Coca-cola, foi coordenada pelo Comitê
Gestor da Bacia Hidrográfica do Rio Pitimbú (CBHP), órgão colegiado do
qual a Semurb faz parte e que tem funções deliberativas, normativas e
consultivas. O Comitê tem com objetivo principal gerenciar as águas na
bacia onde atua, sendo composto pelo poder público federal, estadual e
municipal, usuários de água e sociedade civil.
A bacia do Pitimbú possui uma área de
128,76 km sendo uma zona de preservação ambiental. Além de Natal, o rio
percorre mais dois municípios: Macaíba e Parnamirim. Com seus 34 km de
extensão, ele nasce na comunidade Lagoa Seca, em Macaíba até chegar a
Lagoa do Jiqui, em Parnamirim.
Atualmente o rio Pitimbú é alvo de
degradação ambiental, o que é motivo de preocupação de ambientalistas e
do poder público. As principais delas são o lixo depositado em suas
margens, o assoreamento do rio, a redução da cobertura vegetal e o
lançamento de água servida no manancial.
De acordo com o supervisor geral de
fiscalização da Semurb e presidente do Comitê do Pitimbú, Leonardo
Almeida, a ação de sábado é apenas o começo de um trabalho longo para
recuperar o Pitimbú. “O rio é muito longo e tem vários locais que
precisam ser recuperados e que estão bastante degradados. Neste sábado,
plantamos 70 mudas com até 3m de altura para fixar e acelerar o processo
de estratificação da mata ciliar. Além disso, a máquina iniciou o
trabalho de recuperação do curso original do rio, modificado pelo
assoreamento”, explica.
Ainda segundo Almeida, existe um
trabalho de acompanhamento necessário e a fiscalização da Semurb vai
atuar no bairro do Planalto, que deposita parte da água servida na rede
de drenagem, que acaba chegando ao Rio Pitimbú. “Para coibir esse
lançamento de água servida em via pública e que cai na drenagem que
deságua aqui, vamos iniciar a fiscalização em todo o bairro e prestar
todo o apoio necessário ao Comitê para o melhoramento ambiental do rio,”
adianta.
O trabalho de fiscalização que vai
abranger todo o bairro e será conduzido pela Supervisão de Água e Solo
da Semurb. Esse trabalho deve ser deflagrado em breve, nos moldes do que
foi feito no Conjunto Brasil Novo, na Zona Norte, no início do ano. “Os
moradores serão orientadas a não mais depositar essa água servida em
via publica. Será dado um prazo para a adequação e caso não sejam
tomadas as providências a Semurb irá autuar os responsáveis”, alerta
Leonardo Almeida.
“O Pitimbú esta muito mal tratado, toda a extensão do rio em Natal tem problemas de desmatamento e assoreamento. E esse rio é muito importante para a cidade, pois abastece a Lagoa do Jiqui e mais de 30% da água potável vem dele. Se o Pitimbú morrer a capital vai ter sérios problemas de abastecimento de água. Então temos que preservar esse bem natural tão importante e a Semurb, o Comitê da Bacia, o Idema e outros parceiros vão ajudar nessa árdua tarefa de recuperar o rio”, finaliza o supervisor.
Já a bióloga, Rose Dantas, presidente da
ONG Navima e vice do Comitê Gestor do Pitimbú destaca o trabalho que
será desenvolvido pela organização no manancial. Segundo a contribuição
da ONG no comitê é a pesquisa, detectando a fauna, a flora e fazendo o
diagnóstico primário e o relatório da área.
“Todos os problemas da bacia, a
identificação dos responsáveis para dar os esclarecimentos e convocar o
Ministério Público para a tomada de ações efetivas é nosso foco”, disse.
“Nosso papel é garantir a qualidade da água e a proteção do rio para a
população. Que esse rio consiga viver, que ele consiga ser sustentável e
tenha o que a gente mais precisa a água”, acrescenta a ativista Rose
Dantas.
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