quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Remoção dos tanques de combustíveis em Santos Reis terminará nos próximos 12 meses

Começou na prática a retirada dos tanques de combustíveis da Petrobras instalados numa área de 12 hectares no bairro de Santos Reis, atendendo reivindicação antiga dos moradores. Uma empresa terceirizada da companhia começou a desmontar a estrutura que compreende sete tanques. O trabalho deve durar algumas semanas e antecede um longo período de descontaminação do solo, que durará pelo menos mais 12 meses.

Esta manhã uns poucos operários cortavam placas dos tanques com auxílio de maçaricos e um pequeno guindaste para descer as pesadas peças. Não foi possível saber quanto tempo exatamente o trabalho vai levar.

Há quase dois anos – no dia 24 de outubro de 2011 -, a Petrobras anunciava oficialmente a retirada da área de tanques de Santos Reis. Pouco mais de um ano depois, o último navio tanque chegou ao terminal para desembarcar o derradeiro carregamento de combustíveis sem nenhum aviso prévio. Soube-se da notícia por meio da tripulação.

Assim, a retirada da estrutura, cuja ausência deixou o porto de Natal sem uma base de abastecimento de combustíveis, servirá para atender um projeto que a Prefeitura de Natal elabora para ocupar os 12 hectares disponíveis.  Isso ainda dependerá de acertos futuros entre a Prefeitura e as donas da área – a Marinha e a Aeronáutica, segundo o secretário da Semurb, Marcelo Toscano.

Resolvido isso, a Secretarias de Urbanismo e Meio Ambiente, Turismo e Desenvolvimento Econômico e Ação Social terão um ano para formatar o novo uso da área. Segundo disse hoje o secretário Fernando Bezerril, de Turismo, a ideia é ocupar metade do terreno com habitações populares e a outra metade com projetos sociais de teatro, dança e oficinas. 
“Agora que estão retirando a estrutura de lá teremos que correr paralelamente para preparar o dever de casa”, afirmou.

Dos sete tanques a serem removidos, apenas quatro eram utilizados até o ano passado. Seu desaparecimento fará muito bem à população de Santos Reis, obrigada a conviver com tanques de combustíveis altamente inflamáveis, mas complicará para a Companhia Docas do RN, que perde um equipamento fundamental à atividade portuária.

Na antiga estrutura eram armazenados oito milhões de litros de gasolina e cinco milhões de litros de querosene de aviação (QAV), 25 milhões de litros de óleo diesel e 23 milhões de litros de álcool. Três dos sete tanques já estavam desativados desde 2007, com o início da ampliação da tancagem no Pólo Industrial de Guamaré.

No ano passado, a Petrobras investiu R$ 200 milhões na construção de um quadro de boias na Refinaria Clara Camarão, em Guamaré, desviando para lá os navios transportando combustíveis.  Com isso, o Píer das Dunas – terminal do porto utilizado pela companhia para receber os navios tanque – ficou obsoleto.

Em 2011, quando foi anunciada oficialmente a retirada dos tanques, o diretor regional de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Chaves, chegou a afirmar que a empresa construiria ali um parque e um museu do petróleo.

Mas um ano depois, a equipe de transição do prefeito eleito, Carlos Eduardo Alves, falou da existência de dois projetos para a área – que são construção de habitações populares e oficinas para projetos sociais.

De certa maneira é uma saída para as comunidades do Maruim, do Vietnã e de Brasília Teimosa, cuja remoção afeta diretamente os planos de expansão da retroárea do Porto de Natal.

Quando foi prefeito em sua gestão anterior, Carlos Eduardo recebeu pesquisas indicando que boa parte dos moradores do Maruim desejava sair de lá para livrar os filhos da incomoda presença de traficantes. A única exigência deles era continuar nas proximidades do porto.

Na área não destinada às moradias, a prefeitura acalenta a ideia de criar uma área de lazer com parque, quadras poliesportivas, espaços de convivência e academias da terceira idade. Este projeto teria por trás recursos federais para suprir a pequeno poder de investimento do município.

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